sábado, 30 de maio de 2015

Ciências no Brasil Império.

"No Brasil Império foi criada a Escola de Medicina do Rio de Janeiro. Ela nos deu eminentes cientistas como Vital Brazil Mineiro da Campanha, Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, Emílio Ribas, dentre outros. Apesar de ter estudado fora do Brasil, mas voltando ainda durante o Império, o grande Adolfo Lutz, não pode deixar de ser mencionado.
D. Pedro II, nunca mediu esforços para o desenvolvimento das ciências no Brasil, o que é sabido de todos. Assistia sempre que podia, aulas na Escola de Medicina. Quando havia concursos, fazia questão de participar da seleção para impedir que "afilhados" pudessem tomar o lugar daqueles que mostravam sua competência nas provas.
Durante o final do Império e enquanto viveram aqueles nobres cientistas formados em sua época, a ciência brasileira se destacava, tornando-se em muitos quesitos, independente da Europa.
Hoje, fruto da revolução republicana, parece que nossa ciência regrediu (ou estagnou). Taí a dengue assolando o país há anos e ninguém consegue exterminá-la. O velho Instituto Butantan do ínclito Vital Brazil, parece que está tomando a dianteira na busca da cura.
Taí também a Educação (extinto qualquer vestígio do período monarquista), que não me deixa mentir".

Eu, no feicebúqui.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Vital Brazil e a eficácia da iniciativa privada.

Conforme narra Lael Vital Brazil em seu excelente livro "Vital Brazil - Meu pai", o cientista campanhense quando visitou os EE.UU. em 1915, ficou impressionado com as visitas a diversas instituições. Dentre elas, o Instituto de Higiene de Nova Iorque, o Instituto Rockefeler, o Laboratório Lederle e as fábricas colossais da Parke Davis & Co. "Demonstravam a viabilidade prática da iniciativa privada de realizar projetos e administrar, com eficiência, grandes instituições científicas de elevado nível tecnológico, pesquisas e produção".


Fonte: Vital Brazil - Meu pai, de Lael Vital Brazil. Ed. Per Se. 1ª Ed. 2014

sábado, 23 de maio de 2015

Do feicebúqui pro blog

"Vital Brazil Mineiro da Campanha fez muito mais pelo Brasil do que Tiradentes. Este tem até feriado nacional. Aquele nem feriado em sua terra natal tem".

Eu, no Feicebúqui.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Carta de Dom Orani Tempesta a Dom Diamantino, entregando Dom Pedro à Diocese da Campanha.

São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ, 20 de maio de 2015.

 Exmo. e Revmo. Senhor
Dom Frei Diamantino Prata de Carvalho, OFM.
DD. Bispo Diocesano da Campanha


   Excelência Reverendíssima,


          Ao se tornar pública no dia de hoje a nomeação de S.E.R. Dom Pedro Cunha Cruz, para ser seu Bispo Coadjutor, na Sé Episcopal da Campanha, quero apresentar-lhe meus vivos cumprimentos e entregar-lhe, como seu primeiro colaborador, este grande Bispo, que como meu bispo auxiliar, desde o momento em que tive a graça de ordená-lo bispo, somente me trouxe alegrias espirituais e demonstrou ser um pastor zeloso, cumpridor de seus deveres episcopais, apascentando o povo de Deus com prudência e generosidade.

         Dom Pedro Cunha será, certamente, aquele que, junto com Vossa Excelência Reverendíssima, servidor do Evangelho, precisamente como Cristo, que veio para servir e não para ser servido (cf. Mt 20,28).

         Recordando os nossos tempos de feliz convivência no Regional Leste 2, quando eu era Administrador Apostólico de Claraval e Vossa Excelência Reverendíssima já o Bispo da Campanha, sempre admirei a sua alegria no exercício do ministério episcopal. O seu brasão: “Servir com alegria” sempre foi vivenciado na sua vida diária, como Bom Pastor que conhece as suas ovelhas, as chama pelo nome e as confirma na caridade.

         A nossa vida, o nosso ministério de pastor próprio de uma Igreja Particular, é feita de serviço, oferecido livremente por cada alma confiada aos nossos cuidados, sem qualquer exceção. Foi o que pude constatar no vosso serviço generoso e altruísta em favor do povo de Deus que peregrina nas terras centenárias da Diocese da Campanha, desde que V. Excia. assumiu o ofício de Bispo Diocesano. O seu ministério tem sido uma expressão especial do anúncio de Jesus Cristo e na oferta de sua própria vida, que renova a cada dia. Ensina o Papa Francisco que “Anunciar Cristo significa mostrar que crer n’Ele e segui-Lo não é algo apenas verdadeiro e justo, mas também, belo, capaz de cumular a vida de um novo esplendor e de uma alegria profunda, mesmo no meio das provações” (Evangelii gaudium, 167).

         Excelência, ganha a importante Diocese da Campanha, um dos melhores bispos que a Igreja do Rio de Janeiro gerou para o ministério presbiteral e foi escolhido para o serviço episcopal. Acolha Dom Pedro Cunha como aquele que “chega em nome do Senhor”.

         Desejo-lhe, e a toda a sua Diocese, ao reverendo clero, aos religiosos e os de especial consagração, ao povo fiel desta querida Diocese sul-mineira as melhores e mais especiais bênçãos do céu, sob a invocação da Beata Nhá Chica e dos Servos de Deus Padre Victor e Madre Teresa Margarida, “nossa Mãe”. A Vossa Excelência e ao seu novo bispo Coadjutor a minha perene admiração e as minhas preces para que a sua convivência harmoniosa seja para a salvação das almas, “dado que anunciamos Cristo, e não a nós mesmos, somos chamados a ser um exemplo para o povo de Deus”(cf. 1Pd 5,3).

         De Vossa Excelência Reverendíssima,
         Dev.mo. no Senhor,

Orani João, Cardeal Tempesta, O.Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ.




Fonte: Site da Arquidiocese do Rio de Janeiro.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Lael Vital Brazil e um tropeço ao comentar sobre a Igreja.

Estou lendo a ótima biografia do cientista campanhense Vital Brazil, escrita pelo seu filho Lael Vital Brazil. Ainda estou no começo, mas já dá para perceber que o autor  é intelectualmente honesto ao mencionar o clero católico, apesar de seus antecessores terem abraçado o protestantismo. 

Interessante também seu respeito e talvez, apreço pelo Brasil Império. Fato que me alegra.

Apenas gostaria neste ponto de esclarecer um possível equívoco, provavelmente pela formação protestante da família Vital Brazil. Diz o autor na página 51 do livro "Vital Brazil - meu pai":

"Enquanto, na época (1878), a Igreja Católica se mostrava completamente fechada, intolerante e repressiva, ameaçando com as mais terríveis punições os pecados cometidos por seus seguidores, proibindo a leitura da Bíblia sagrada e rezando as missas em latim, os protestantes usavam a Bíblia para ensinar leitura às crianças, pregavam o evangelho em bom português, e seus pastores se tornavam amigos e conselheiros das famílias".

Nesta época reinava na Igreja, Leão XIII. Era firme na defesa da verdade e do direito. Soube também ser ponderado e conciliador. Tornou-se uma das figuras mais brilhantes de sua época. O mundo dava-lhe ouvidos.

Evidente que a Igreja deveria manter uma certa rigidez, pois os tempos eram difíceis. Enquanto conciliadores procuravam uma aproximação entre o estado italiano e o Vaticano, a Maçonaria movia a Itália e hostilizava a Santa Sé.

Na Alemanha, Leão XIII enfrentou a Kulturkampf (política antieclesial), mas conseguiu convencer Bismarck. O primeiro ministro alemão recuou e perante a sabedoria do Sumo Pontífice e chegou a convidá-lo para mediar um litígio com a Espanha. Sendo a sentença do Papa aceita por ambas as partes.

Era tão "intolerante" a Igreja, que Leão XIII recebeu no Vaticano por duas vezes a visita do imperador protestante Guilherme II. Época em que nem governantes católicos ele recebia por conta da crise com a Itália. A Rússia criou a sua embaixada na Santa Sé, durante este período. Governantes do mundo todo o reconheciam como um grande e sábio homem.

Internamente, quanto aos católicos, Leão XIII revelou-se grande pastor e mestre. Diferente do que comentou o Sr. Lael. Numa época de desatino filosófico, Leão XIII recomendou através de encíclica o estudo de Santo Tomás de Aquino aos estudantes de filosofia e teologia. Escreveu ainda diversos documentos referentes às questões sociais (a mais famosa é a Rerum Novarum).

Criou a Pontifícia Comissão Bíblica para acompanhar os estudos exegéticos por diversas correntes de pensamento. Abriu aos estudiosos do mundo inteiro as portas da Biblioteca e do Arquivo do Vaticano.

Quando morreu, Leão XIII contava com 93 anos de idade. Lúcido e enérgico. Fez do Papado uma potência moral universal, com o qual podiam contar os estadistas.

Não entendo qual o problema com as missas rezadas em latim. Afinal era acessível ao leigo um missal para acompanhar a missa. Missal este bilíngue.

Curioso que no mesmo capítulo onde o Sr. Lael critica o latim, entra em contradição ao contar a história de um monge charlatão que apareceu na cidade de Guaxupé, onde morava a família de Vital Brazil. Só foi descoberto sua picaretagem, quando um padre assistiu a missa celebrada pelo gatuno numa língua que ele dizia ser o latim. Mas de latim não tinha nada. Ou seja, se a Igreja não tivesse esse diferencial, talvez nunca o charlatão fosse descoberto. 


Portanto fica aqui registrado o equívoco cometido pelo Sr. Lael ao comentar inverdades sobre a Igreja. Poderia eu simplesmente não ter manifestado nada, mas não poderia me omitir pois muitos prováveis leitores podem se deixar levar por esta passagem, fazendo assim uma visão distorcida e mentirosa da história da Igreja. 




Fontes: "Vital Brazil - meu pai" Lael Vital Brazil
            Editora Cléofas - História da Igreja - De Leão XIII a Pio XII